ago 032014
 

12092738706_f227f4a606_zsilêncio que satura meus pensamentos
não cessa, nem com notas nem com gritos
silêncio que apressa meus desejos
é traça, que rói cada um de meus ossos.

cala-te e vá embora
mas que não venha em seu lugar
o som parco, pobre, pútrido.

entre você, vazio, que me fustiga
e o diálogo morno, moribundo
sucumbo-me aos seus minutos infinitos.

caço o que não é quieto, mas
tampouco murmúrio
o que não é parado, mas
nem por isso mecânico.

o que não é opaco, muito
menos límpido,
lúcido, lírico.

Henrique Sater – julho/2014

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